sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ferida


Seus espinhos me cercam de medo
Abrem feridas incuráveis
Feridas na alma
Dói demais, é meu Karma.

Tento entender se fiz por valer
Se julguei no passado
Sem saber.

Em outras vidas, se fui bárbaro
Peço perdão, mas não há razão
Você me fere com espinhos de aço.
Pensei que foste uma rosa
Tão linda e adorável
Mas não
É tenebrosa e cheia de espinhos.

Não adianta tocar-lhe as pétalas
Nem colocar-lhe sobre um jarro com água pura
Sua essência está morta
Não tem cura
Estás sem ternura.

Deixara de ser uma rosa, mas... Quando?
Não me permiti perceber
Você se foi
Já não é mais você.

:(


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Limites


Limitei-me a amar apenas um
A viver tão comum
Sem muitos amigos ou nenhum.

Limitei-me a ouvir de cabeça baixa tudo que me fizera mal
Mesmo quando queria gritar
Achava banal.

Limitei-me a nunca expressar o real sentimento em mim
Quando queria correr, abraçar
Mas em mim, a imensidão de frieza estava a gritar.

Limitei-me durante toda minha vida
A deixei passar abatida
Nunca consegui fechar essa enorme ferida
Que é a vida.

Limitei-me a poucos
Foram importantes enquanto estiveram ao meu lado
Depois?
Me desfiz aos poucos.

Limitei-me a fazer essa imagem de mim
Tão triste assim
Talvez seja mentira
Mas meu coração está satisfeito.

Passei a vida me limitando
Acreditei que barreiras são capazes de superar transtornos
Limitei-me
Para que um dia eu pudesse dizer que eu nunca me machuquei.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pedindo tempo ao tempo


Você se foi, meu doce encanto
Deixou-me aqui
Com medo, horror e espanto
Tudo parece acabado
Sinto-me ilhado
Dentre as lágrimas que percorrem meu rosto dia após dia.

Você me deixou aqui sozinho
No desencanto
Sem carinho.

Peço ao tempo
Tempo
Peço ao tempo que os ventos me guiem
Para longe de meus desejos
Senão, vai doer
Me apedrejo.

Sem vigor não posso continuar
Você se foi
É duro pensar.

Uma faísca de amor percorre dentro de minhas veias
Preciso apagá-la
Não dá pra amar
Você se foi
E bem... Preciso estar.

Clamo por tempo
Para que apague essa dor que me consome
Para que leve pra longe de mim
A doce lembrança do seu nome
Queria gritar: Não me abandone
Mas você se foi
E agora preciso de tempo
Para voltar a viver o meu tempo.

sábado, 5 de junho de 2010

Não vou relatar

O seu corpo já não pode sentir
O tocar do meu, na calada da noite
Não sente minhas finas curvas
Nem meu doce olhar penetrante.
Seus lábios já não podem provar
Cada traço feito por Deus
Cada linha, cada pedaço de mim.
Suas mãos já não alcançam meus cabelos
Nem minha boca que ainda almeja a sua.
Tudo acabara, e mais nada.
É o fim feito pra mim.
Buscastes o prazer
Aqui estou eu
Vim para entreter
Mas agora já não basta
Nem prazer
Nem nada.
Pega teu avião e pousa sobre outrem
Aqui não há mais espaço
Nem pra mim
Nem pra ti
Nem pra ninguém.
É o FIM.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Cartas


Salvador, 3 de Junho de 2010
Quinta-Feira

Entre a empoeirada gaveta suja
Encontro uma carta
Vejo nela meu passado
Meu presente e talvez meu futuro
Vejo você.

Entrelinhas desenho meu coração
Quero que veja
É só emoção.

O medo e a vergonha aqui estão
É apenas uma carta de pura paixão
Que ficou aqui presa
Entre chaves e cadeados
Ninguém nunca viu
São apenas palavras de um tolo.

Numa carta de amor
Selei a condição
Amarei você
Sem dó
Sem razão
Exilei-me do mundo
Nestas linhas feitas à mão.

Agora se vão
As cartas que escrevi
O fogo consome
Deixo queimar
Mais uma vez
Meu pobre coração.


Entre curvas


Entre a perfeição dos traços
É possível ver quão fantástico
Imprescindível o sabor do seu abraço
O doce gosto desse amasso.

Entre as curvas do corpo
Sinto esse alvoroço
Vem de vez, fico louco.

Vejo nos teus olhos o tesão gritante
Sinto em mim seu corpo borbulhante
É o prazer
Somos amantes.

Entre quatro paredes
Despido de qualquer ingenuidade
Te pego
Te tenho
Cheio de maldade.

E nesse vai-e-vem do amor
Sinto dentro de ti
O prazer
Despudor.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Amores

Já amei vocês
Me trouxeram dor, ferida e lágrima
Agora não há nada
Só minha alma
Que grita pela libertação
Almejando um pouco de salvação.

Amores falidos
Podres, fingidos
Amor de brincadeira
Tudo foi asneira.

Dentre os amantes que tive
Em alguns me contive
Nada como você
Foi tudo que tive.

Já tive amores de todos os traços
Diferentes abraços
Dos mais variados amassos.
De sexo constante
Com amor no semblante
De raiva intitulante.

Todos se foram
Foi só ilusão
Acabou-se o inverno
Deixe-me aqui, mais uma vez
Diante de meu inferno.

Já tive amores
Já fui amado
Mas dentre os sentimentos
Nem a mim eu tenho enxergado
Nunca me amei
Por isso para vocês dei
O que dentro de mim
Que nem eu sei.