sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Edu

Edu, sinto muito, mas tudo fora engano;
Nos amamos sem ter plano;
Nosso amor foi profano;
Nosso beijo foi-se amaldiçoando;
E aqui estamos nós.

Edu, sinto esse abandono;
Paralisa meu coração cigano;
Parece que ainda te amo;
Mas tudo vai se acabando.

Edu, levaste meu coração, talvez por engano;
Peço que me devolva se ainda estiver vivo;
Peço que me entregue ainda palpitando.

Edu, nosso amor se afogou;
Nesse mar de tristeza;
Nessa vida de incerteza.

Corpos nus

Dois corpos numa cama;
O prazer se esparrama;
O tesão vem como chama;
Despimo-nos e estamos em transa.

Dois corpos numa cama;
No cair da madrugada;
Numa noite estrelada;
Numa chama que nunca se apaga.

Dois corpos numa cama;
Até parece que a gente se ama;
Tanto carinho, ninguém reclama;
Num tesão que nosso corpo declama.

Dois corpos numa cama;
Envolvidos numa transa;
Somos apenas dois corpos numa cama;
E apenas seremos: DOIS CORPOS NUS, NUMA CAMA.

À noite

À noite meu pensamento vaga;
Entre as esquinas da vida;
Entre os degraus da escada;
Embaixo do cobertor que afaga;
Entre os cigarros que minha boca traga.

À noite meu coração palpita;
Entre as luzes que se apagam;
Entre as lágrimas que me faltam;
Entre a saudade que me mata.

À noite minha lembrança maltrata;
A solidão me abraça;
A vida se faz uma desgraça;
E a vontade retrata;
Sem você tudo parece sem graça.

Inveja

Meus corpos não são teus;
Minha vida não é tua;
Deixe-me ser livre;
Deixe-me respirar.

Não tenho nada a oferecer;
Nada posso ser;
Não sei o porquê;
Inveja de mim deve ter.

Tomou-me a glória;
O dinheiro e o amor;
A dignidade e o pudor;
O que mais queres, meu amor?

Vou-me afastando;
Regredindo, por engano;
Descobri que queres minha vida;
Vou ficando pra segundo plano.