Sabe aquela foto que ficou guardada na gaveta dentre os papéis empoeirados?
Elas já não existem mais
Sabe aquele rabisco romântico que tinha escrito enquanto era um tolo apaixonado?
Eles já não existem mais
Sabe aquela lembrança doce de quando éramos apenas dois em um corpo?
Ela foi apagada
Sabe aquele presente com valor sentimental exorbitante?
Ele já se fora, o tempo o destruíra
Não sabemos como
Nem o porquê
Queremos de toda forma, a todo momento
Tentar destruír este eu que olha para o passado
Sabe aquele erro cometido quando ainda era um tolo infantil?
Ele ja se fora, já foi cometido, e hoje são apenas lembranças amargas que destruída foi
Sabe aquele passado de felicidade que não volta mais?
É, meu caro, ele foi apagado da memória
Tudo passa
As pessoas, os bens
Os amigos, a família
O cachorro, o vizinho
Os amores, a fadiga
A felicidade, a tristeza
A constância, a euforia
O vento mal, o sol
A chuva que acabara de molhar-te outra vez
A paixão repentina que se formara ontem, mas que hoje já não tem mais valor
Tudo passa...
E nós, tendemos a querer destruir tudo
Porque a vida é para os fortes
Só os psicologicamente capacitados podem destruir essas lembranças
Estes pequenos passatempos fúteis da vida
Este pequeno passado que nunca mais voltará.