segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Esperar

I

Espero pelo seu beijo que já não sei quando terei
E pelo seu abraço ofegante que já não sei quando mais.
Já não sei quando mais
Nem sei quando.
Espero pelo seu olhar penetrante dentro dos meus
E dentro do meu vejo uma luz de má energia passar.
Espero pelos dias felizes que já não sei quando
Já não sei quando existirão.

II

Espero pelo seu cortejo a minha recepção
Já não sei quando
E quando acontecer, não estarei mais aqui
Já não sei quando
Já não sei esperar o quanto
E quanto tempo terei de esperar?
Já não sei quando precisarei mais do seu abraço
E com abraço não sei quanto serei feliz.

III

Infeliz serei, já não sei quando
Há data marcada, mas não sei quando
E não sei quanto irá durar toda essa tortura
Já não sei quando e o quanto.
Quando, já não sei.
Já não sei o que falar, nem o que sentir
A espera me faz um impotente
E da impotência viverei até pôr fim nisto.
Já não sei como pôr fim nisto.
Já tentei tanto, mas não sei como.

IV

Esperar me faz pequeno, me faz frio.
Esperar congela meu coração
Já não sei como esquentá-lo
Já não sei como aconchegar meu pobre coração
Diga-me como, diga-me quando, diga-me o quanto.
Dê-me um sinal de vida,
Já não sei o que esperar
Nem o que devo fazer
Já não sei como agir.

V

Ensina-me a esperar
Não sei como.
Não sei como manter-me inerte
Já não sei como
Já não sei como dizer o quanto espero.
Já não sei o tanto quanto espero
Já não sei como
Só sei que sua imagem se faz onipresente
E da forma onipotente você domina o meu saber.
Já não sei o que dizer
Só sei dizer que não quero mais esperar por você.
Já não sei como fazer.
Já não sei como.

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