sexta-feira, 23 de outubro de 2009

walking in the line.

Caminho todos os dias em linha reta
Para onde, não sei.
Para onde irei?
Para onde, não sei.
Caminho sem parar, até cansar.
Sigo o meu mundo, e vejo a vida desnuda.
Inibido estou, como pedra no mar.
Sou ar, sou a linha reta.

Sou invisível como a maior pedra do oceano,
Sou um andarilho, seguindo em linha reta.
Caminho em linha reta todo o tempo.
Para onde não sei
Nem sei se irei, nem se voltarei.
Caminho parado, como quem não foi e nem voltou.

Caminho com os olhos
E a face escurecida pela luz do sol que não penetra mais
Não penetra mais
Não penetra mais
No meu mundo.

Sou a camada gasosa de ozônio
Sou a auto-proteção
Sou o meu mundo, sou eu.
Caminho em linha reta,
Numa gama de manifestações cíclicas e rotativas
Caminho sem eira nem beira
Sempre impondo barreiras
Sou a placa de contramão
Sou o soluço incessante
Sou o passado inconstante
Caminhando em linha, estou.

Não existe eixo.
Não estou no começo, não estou no final.
Estou na reta, sem coordenadas
Não há ponto, não há ponto.
Tendo a caminhar sem pensar.
E quem sabe um dia
Conseguirei me enganar e sanar toda essa imperfeição.

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