quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Rotação;
A vida não é continuamente e ininterruptamente feliz, as pessoas, os lugares e as palavras machucam como pregos afiados, e abrem feridas doem como o fogo que consome: o fogo do ódio. As pessoas deixam cicatrizes que jamais curarão, os lugares deixam marcas que jamais desaparecerão, e por fim, as palavras abrem feridas que jamais fecharão, são feridas enormes que o tempo é incapaz de fechar, porque somos humanos, somos seres pensantes. Enquanto houver racionalidade jamais esqueceremos a ferida que foi aberta com as palavras e que com elas são amenizadas pouco a pouco, mas nunca fechada, e assim a vida é seguida, dia-a-dia, sem exitar, sem cessar. O movimento de rotação não tende a parar se a sua vida desandar, o mundo não pára se o seu mundo resolveu tirar um cochilo, se o seu mundo resolveu hibernar no verão, na primavera ou em qualquer outra estação incomum. A infelicidade é tão latente como a sede de vida daqueles que esquecidos estão, por este mundo incrédulo que gira sem parar, e em seus sucessivos movimentos circunféricos somos esquecidos e amenizados ao nada, ao comum. As dores são tão latentes como o sol que vagarosamente está iluminando o seu dia escuro, sobre a sua vida escura e sobre os seus olhos que cegos estão com os insucessos que passara e que vivera. A nossa infelicidade está incrustada no berço, no auge do gozo que deu início a formação fetal mal estruturada, problemática, e indecente. A partir do ato sexual, um novo início estaria a começar, mas o mundo, com suas façanhas e suas leis físicas (propostas por Einstein) acelerou seu processo de rotação e faz-nos esquecer (não viver) o pretérito, o presente e o futuro. Hoje somos (sim, meus queridos irmãos) aquilo que ficou no passado, e que não fora vivido intensamente, somos o átomo menos importante na tabela periódica, somos o incidente ocorrido de forma desastrosa no ocidente. Não culpem-me, culpem aquele que deu-nos a vida, àquela que deu-se de vida, e a si, que permitiu-se viver. Faça o que eu faço, e deixem-se viver de maneira mais tranquila. Ponha a culpa nos outros, porque o "outro" nunca ouvirá, e nem se importará com a sua opinião, o "outro" também é um nada como nós.
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