sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Desfoque

Dentre as fotografias na parede
A minha é a que mais dói
Não pelas lembranças
Não pelo passado
Mas pelo desfoque
Difícil de se enxergar
Me vejo como um indigente
Sem face, sem dente
Me vejo sem mente e sem mim

Dentre os sorrisos
Vejo a falsidade espantosa
Dentro de uma boca tão formosa
Vejo um alguém que engana
Só se engana

Em um pequeno pedaço de papel
Podemos ver até a alma
Basta apenas calma
Para enxergar o karma

Hoje este desfoque é resultado
Da fotografia velha que já se fora
Serão apenas lembranças fúnebres
E hoje são apenas memórias
Memórias póstumas

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