domingo, 18 de janeiro de 2009

A cama devora minha solidão.

O sono é como as flores de outono almejando pela chuva incessante
A solidão domina o consciente e me faz um idiota no ápice da idiotice.
Doença? Não. Solidão facultativa que roga pelo brilho do seu dia.
O essencial é viver? Não, clara manhã. Desculpe!
O essencial é ser a essencia para o perfume que tu usavas.

A cama, velha cama... A velha cama velha consome minha solidão.
A solidão facultativa e inclaustula que tu me proporcionas.
Me perdi no caminho das palmeiras, o sabiá não canta mais.
O exilio se faz presente aqui, neste quarto de baratas que comem meus neurônios.

A pobreza não forma o artista, o artista vive da pobreza que não suborna-o.
O carrossel não gira na velocidade da felicidade, pequena felicidade.
E o sono culmina a solidão, a cama come-a.
A saudade deteriora esta solitária solidão pleonasmica.
Bruni grita a favor da tristeza, Fiódor a favor da autodestruição.
Drummond almeja a tristeza e você refaz a beleza.
A beleza perdida entre seus cabelos que se foram, caíram.

Acabou. O tempo de começar acabou. A facultatividade se foi.
E a solidão é a Elizabeth da vez, a mortandade que insiste em consumir.
O lençol é o único refugio, querido pano que me resguarda do mundo.
Quero viver encoberto, quero fugir, quero viver como fugitivo.
Quero fugir do meu eu, dos meus ideais e de você, que me consome.
Quero ser ninguém, quero ser nada. O nada é o tudo, que não incomoda.

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