quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A verdade sobre o tempo.

O tempo é só uma coisa inimaginável criada pelo homem para controlar seus atos ditos benevolentes e condolentes que de forma aguda transformam o cotidiano, a qualidade de vida e o supérfulo modo de combater as críticas que giram ao redor da figura humana. Bendito tempo. Tempo que cura as mágoas, apaga a tristeza, deteriora o pecado, acende a fogueira, obstrui as pegadas, recompõe o asfalto, molha a rosa e tira seus espinhos que insistem em ficar encravados sobre as mãos de quem almeja tocá-la.
O tempo é algo incomensurável, não é medido por relógios ou projetos criados pelo homem, que com o tempo, o criou. O tempo é medido de forma desigual para cada ser, cada um no seu tempo, faz o que deve ser feito e o muda de forma desacerbada capaz de mudar-lhe, datar-lhe. Tempo é vida. Onde andas o tempo, que não passas? A estagnação é a dona da verdade, é a dona da vida que mede as circunstâncias e o tempo que me resta, me resta tempo. Me resta? Tempo?
Me resta tempo de esperar pelo braseiro que nunca se transforma em chama? Onde andas, tempo? Bendito. Habituei-me ao tempo estagnado que rege sobre minha casta mal elaborada; Habituei-me ao nada que rege o tempo precioso que não muda devido aquele passado seu, que fazes questão de comentar; Habituei-me ao estereotipo de criança perdedora que fazes questão de jorrar a derrota sobre sua face, meretriz.
O tempo não decorre como diz o criador dele, decorre como escolhes cada um para criar-lhe a vida, a morte, a salvação. O tempo, precioso para alguns, banidos por outros. Esperar é um verbo de ação que não cai bem a ninguém, verbos de ação não caem bem, malditos verbos. A única primazia que resta nesse momento é se entregar aos verbos fadados e que são capazes de destruir o estado de estar esperando, esperando? esperando o tempo esperado, mas que não chega enquanto o braseiro não virar fogo. Talvez seja melhor assoprar esse braseiro ou talvez seja melhor deixar o vento assoprar por si só, e deixar o fogo consumi-lo? Madita duvida, madita espera.
Tempo é o fundo do poço que o menino insiste em alcançar com o balde furado para tocar a limpida água subterrânea, a pureza.

" Não adianta a espera, não adianta a reclamação. O tempo passa, os outonos chegarão e nem a mais pura lágrima será capaz de trazer os velhos tempos devolta."

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