quinta-feira, 19 de maio de 2011

Monocromático

I

O tic-tac do relógio não parece cessar
Cinco e meia.
É preciso levantar
Um novo dia acabou de acordar
E uma nova vida surgirá.

Um novo mundo está lá fora para se contemplar
O sol brilhando como pérolas no mar
A noite caí e a lua vem correndo nos iluminar.

II

O tic-tac do relógio não parece tocar
Oito e meia.
Preciso me remontar
Outro novo dia acabou de surgir
E uma nova vida com ele vai-se erguir.

Chove lá fora e venta aqui dentro
Faz frio que desagrada
Que congela meu sentimento.

III

O tic-tac do relógio não parece me acordar
Meio dia
E metade da minha vida passou sem eu olhar
Metade de um novo dia começou
E metade de mim ainda parece um robô.

Ainda é frio lá fora
E quem liga?
Eu nunca vou lá
Porque aqui nesta cama fico a deleitar.

IV

O tic-tac do relógio não parece nem bipar
Três e meia
É tarde, já
E ainda na cama fico a pensar.

As flores desabrocharam
E o sol criou morada lá fora
Pelo buraco na janela fico a olhar
Tudo parece tão belo
Mas o belo, perfeito nunca será.

V

O tic-tac do relógio não parece me incomodar
Seis e meia
E acordo sem cessar
Levantando devagar
Vou erguendo minha cabeça
E pondo os pensamentos no lugar.

Sei que escuro já é
Mas e daí?
No escuro fui acostumado a viver.

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