terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Café frio.
Assim é esse homem que nada é, ninguém.
Assemelha-se ao café frio que inebria as tardes quentes de sua doce casta.
É um nada, um ninguém, é café feito a farto modo, sem cômodo.
Café como esse pálido que gela sua garganta- garganta cansada,
Cansada das palavras que soam e que não fazem sentido ao cosmo.
Pequena criatura sem rumo na vida, que segue as tendências caretas.
Café fino, suave, mas sem brilho- o sabor esvairou-se, o doce? Foi-se.
E a amarguesa assola sua memória descontrolada. Fúnebre imunda.
O líquido é frio como seus atos irracionais, impensáveis, sórdidos.
A goela gela, o corpo gela, e mantêm-se inébre ao exterior, oco.
O vazio desdém, o lugar? não tem. Tratou-se de criar seu lugar.
Criou um mundo dentro do seu pequeno mundo vão, caricaturado.
Anestésico; Apático; Afluente; Antipático; Ameópatico; Aneopático; Assistemático; Antiquado; Ancestrado; Amenizado; Ameno; Amargurado; Aniquilado; Afragmentado; Antagônico; Ansiolítico; Ambicioso; Alienado; Arvorejado; Anébre; Africo; Amplo; Antifastigico; Amoralizado; Aflorado; Aterrorizado, Angiopático. Incomum és!
Sortidamente desvenda os segredos que encobrem a curta vida,
Brandamente encontra a felicidade nas pequenas coisas, bobo.
És espinho na roupa, és calo no pé, és um qualquer sem aquém.
Minúsculo menino sonhador, esperançoso e auspicioso, coitado.
Coitado do café frio que o torna indolente. Esquenta o leite e...
Espera o baile começar, afinal, tudo começa num passo de dança.
Aquele no qual o faz um grande percussor.
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